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  • Foto do escritorFlávio Amatti Filho

Frumentarii - o FBI da Roma Antiga

Atualizado: 1 de nov. de 2023

Os frumentários ou em latim, frumentarii, teriam sido a primeira polícia secreta e política organizada da História, no Império Romano do século III, sob o reinado do Imperador Adriano.

Os frumentariis, além de monitorar as ações dos políticos e civis, também foram prolíficos na perseguição aos cristãos no Império Romano. Eles são citados algumas vezes nas escrituras cristãs do Novo Testamento no Evangelho de Marcos e Atos.

Frumentarii — Os espiões coletores de trigo da Roma Antiga


Adriano, imperador do Sec. II, dava o sobrenome de Martire aos seus integrantes, em homenagem ao deus Marte, mas na pratica, Roma usava esse recurso já de longa data, como informantes e espiões nos exércitos de ocupação e legiões romanas, mas nunca em uma forma organizada.

Tito Flavio, por exemplo, Imperador da Dinastia Flaviana, no sec. I, já se utilizava de mensageiros especiais e assassinos como sendo membros da sua guarda pretoriana para levar a cabo execuções e liquidações (os Speculatores), contudo, como eles pertenciam à Guarda, eram limitados em alcance e abrangência em suas ações.


Através do segundo século, a necessidade de um amplo serviço de informações no império era evidente, mesmo um imperador não poderia facilmente criar um serviço nacional com o objetivo expresso de espionagem sobre os cidadãos do vasto território do Império Romano.

De acordo com o estudioso William G. Sinnegan:

Domiciano, Irmão de Tito Flavio, foi provavelmente o primeiro a reconhecer que eles poderiam ser uma excelente ligação entre as províncias e o estado-maior da capital, e a destacar alguns deles de seus quartéis legionários para tarefas temporárias como mensageiros a serviço do ‘G-4’ em Roma. William G. Sinnegan

Tanto Domiciano quanto Adriano perceberam o potencial de coletar informações elegendo os Frumentarii com sendo sua própria guarda pretoriana de confiança.


Afirma-se que “ele queria saber as coisas que não devia saber”, e os Frumentarii foram a o elemento perfeito para essa causa.

Porém, Adriano imaginou uma operação de grande escala e criou os frumentários.
Inscrição sobre um frumentário da Legio VII Gemina. Crédito da imagem: Caligatus - Domínio Público

Os frumentários utilizavam como estratégia, se apresentar como cobradores de milho em uma determinada província. Essa posição trazia a esse funcionário, contato com os habitantes locais, o suficiente para adquirir considerável inteligência e conhecimento sobre os habitantes de um determinado território ou povoado; no entanto, com o passar dos tempos, os frumentários rapidamente ganharam o ódio da sociedade, a medida que iam sendo descobertos, até que, no terceiro século, a associação com os chefes do governo produziria graves repercussões ao império.


Os frumentarii estavam entre os principais agentes que espionavam e prendiam os cristãos, tanto que o soldado que supervisionou São Paulo em Roma, enquanto aguardava o julgamento era um frumentariis.


Diocleciano, Imperador Romano do final do Sec. III, encerrou os frumentários por causa de seus abusos e reputação repugnantes.


A decisão do imperador lhe cedeu grande popularidade, mas um breve período depois, foi criado em seu lugar uma polícia política muito melhor organizada, chamada, os agentes nos assuntos (agentes in rebus), também conhecidos como angeliáforos ou magistrianos, um serviço de mensageiros de agentes gerais do governo central do século IV ao VII.



Ostia Antica com representação dos frumentarii. Imagem: Creative commons

Os agentes nos assuntos, passaram a ser uma evolução dos Frumentários, pois eram formados em escolas (schola) do palácio, em comum com outros serviços públicos e seus serviços foram militarizados, e considerados uma milícia (militia). De fato, os agentes foram divididos em cinco níveis, retirados dos oficiais juniores da cavalaria: equestres, circidores, biarcos (biarchi), centenários (centenarii) e ducenários (ducenarii).

Cada membro dos agentes nos assuntos foi normalmente promovido em outros ramos do governo. Os agentes gozavam de imunidade de perseguição tanto civil como criminal, a menos, se sancionado pelo mestre dos ofícios e os agentes seniores foram regularmente apontado para o posto de príncipe dos ofícios (princeps officii) das prefeituras pretorianas, das prefeituras urbanas e das dioceses, assim exercendo controle sobre este burocráticos departamentos e reduzindo a independência deles.


NOTA DO AUTOR:


Como se vê, a criação de "agentes" a trabalho dos que detêm o poder, não é uma criação atual.


Na verdade remonta muito antes da Roma Ocidental!!!


Na seita dos Hashashin de Hassan Sabbat, lá nos idos anos de 900 a.EC, com o Império Otomano criando forma em meio ao Império Bizantino ( Império Romano do Oriente), já se usavam agentes altamente treinados para se infiltrar nos meios políticos, ideológicos e religiosos opositores que sorrateiramente, cumpriam de forma eximia, roubos de artigos, informação e assassinatos.



Aliás, muito, mas muito antes dos Hashashin de Hassan Sabbat, havia em meio as forças politicas judaicas, lá nas épocas de Jesus de Nazaré, nas terras da judéia, mais especificamente, dentro da facção judaica dos Zelotes, os Sicarii.


Essa organização dos Sicarii , através de uma faca chamada SICA, escondida nas roupas mantos pelos seus membros altamente treinados, se infiltravam em reuniões, e comícios públicos, e cumpriam os assassinatos encomendados dos opositores políticos- religiosos e ideológicos da época.






A esq. Messias Bolsonaro, sendo executado. A dir. Adélio Bispo,o executor, disse que agiu "a mando de Deus", apegou-se com fervor à fé evangélica no fim dos anos 1990, quando se mudou para Uberaba, região do Triângulo Mineiro.

Adélio Bispo, a esq. - atualmente se encontra internado no Presídio Federal de Campo Grande

Fachada do Hotel Renascença, onde o Messias Bolsonaro sofreu tentativa de execução, na Rua Halfeld, o fundador da cidade de Juiz de Fora. Juiz de Fora era um magistrado do tempo colonial e foi nomeado pela Coroa Portuguesa para que o juiz de direito atuasse onde não havia juiz.

Faca usada por Adélio Bispo que atualmente está no Museu Criminal da Polícia Federal, com sede em Brasília.

O que vocês acham ? Algo mudou de lá pra cá?


CURIOSIDADE:


O primeiro monumento ao Cristo Redentor do Brasil é juizforano


Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o primeiro monumento ao Cristo Redentor do Brasil não é o do Rio de Janeiro.

O monumento foi inaugurado em Juiz de Fora pelo empresário Francisco Batista de Oliveira em 08 de julho de 1906. O Cristo Redentor da capital carioca, por outro lado, teve a sua data de inauguração somente em 1922.

 

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FLAVIO AMATTI FILHO - PESQUISADOR - EQUIPE ARQUEOHISTÓRIA

















Obrigado pela leitura e até o próximo POST


Um abraço

FLAVIO AMATTI FILHO


Bibliografia, Fontes e Referencias:



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