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Os Autores da História e o Método Protetor da Linha do Tempo

Como por meio do método de pesquisa científica, historiadores e arqueólogos, podem afirmar eventos do passado?


A escrita da historia é a reinterpretação dos datos do passado a partir do momento vivido pelo historiador do presente.

O método científico, assim como a história da informação, é uma abordagem sistemática para entender o mundo natural e a antiguidade, e que tem sido usado há séculos para reunir conhecimento e promover descobertas. Assim então criando a cronologia da linha histórica que a humanidade deseja ver sobre ela mesmo, e assim com esse método aplicado ao estudo da história antiga, ajuda a historiadores e arqueólogos a montar uma linha do tempo detalhada da civilização humana.


É valido lembrar que um dos aspectos mais importantes do método científico é o uso de evidências e dados, que são coletados e analisados de forma sistemática, objetiva e repetidas vezes por multidisciplinas. Isso ajuda a garantir que os resultados sejam precisos e possam ser replicados por outros pesquisadores.



O método começa com uma questão ou problema que precisa ser estudado. No caso da história antiga, essa pergunta pode ser algo como: "Qual foi a linha do tempo da civilização humana na Mesopotâmia?". Para responder a essa questão, historiadores e arqueólogos usam uma variedade de técnicas e ferramentas, incluindo o estudo de artefatos, textos e outras evidências físicas, bem como a análise de registros históricos e outros documentos escritos, o que por muitas vezes, esse último exemplo pode até ser considerado como prova secundária - umas das formas mais fiéis para a compreensão da narrativa antiga.


É é exatamente aí que entram os autores da história, se não fossem eles, muito não seria possível compreender sobre os aspectos sociais, políticos e conflitos da antiguidade. O estudo da história antiga, portanto, também se baseia nas obras dos primeiros autores que registraram fragmentos da história, os primeiros historiadores, e forneceram informações primordiais para guiar estudos do presente sobre as vidas e civilizações do passado.


Esses autores antigos, tal como Manetho, Heródoto, Tucídides, Políbio e Lívio, foram capazes de fornecer relatos detalhados da história do antigo Egito, Grécia e Roma, e suas obras ainda são amplamente estudadas hoje auxiliando cada vez mais a compreender os impérios e tempos em que viveram. Seus relatos foram inestimáveis para ajudar os historiadores e arqueólogos modernos a entender melhor a antiga linha do tempo da história.


A história é narrada pelos vencedores, portanto, sempre tenhaa mente aberta para ler nas entrelinhas.

Manetho ou Manetão, do grego clássico: Μανέθων ou Μανέθως; romaniz. Manéthōn ou Manéthōs, ou até Mâneto - historiador e sacerdote egípcio natural de Tjebnutjer, traduzido do egípcio: Sebenito. Viveu durante a era ptolemaica durante aproximadamente o século III a.E.C. Uma teoria alternativa propõe que ele é natural de Roma, e teria escrito sua obra por volta de 100 d.E.C., mas até hoje ainda se trata de especulação sem provas.


Um dos primeiros historiadores conhecidos do antigo Egito é Manetho, que viveu durante o século III aEC (antes da Era Comum), e é mais conhecido por seu trabalho "Aegyptiaca", que fornece uma narrativa história detalhada do Egito desde a época dos faraós antigos até a chegada de Alexandre, o Grande. O trabalho de Manetho ainda é amplamente estudado hoje e é considerado uma fonte primária, segundo o método ciêntífico, tamanha acurada é a narrativa para a compreensão da história do antigo Egito.


Outro historiador notável do antigo Egito é Heródoto, que viveu no século 5 aEC. Hoje ele é considerado o "pai da história" e é conhecido por sua obra "As Histórias", que fornece um relato detalhado das Guerras Persas e da história do mundo antigo. Ele também é conhecido por alguns exageiros, porém nada que atrapalhe a narrativa, uma vez que a acuracidade dos textos cruzada com descobertas arqueológicas mais recentes (séc. XX e XXI) corroboram entre sí. O trabalho de Heródoto é considerado ainda uma das mais importantes fontes de informação sobre as antigas sociedades egípcia e persa, bem como sobre as primeiras cidades-estado gregas.


Tucídides, do grego Θουκυδίδης, transliterado como conhecemos hoje: Thukydídēs. Nascido em Atenas por volta de 460 a.E.C. e falecido em Atenas aprox. 400 a.E.C. Historiador da Grécia Antiga. Escreveu 'A História da Guerra do Peloponeso' da qual foi testemunha e participante. Em oito volumes narra a guerra entre Esparta e Atenas ocorrida no século V a.E.C.


Já da Grécia antiga, não podemos deixar de citar Tucídides, que viveu no século V aEC, conhecido por sua obra "A História da Guerra do Peloponeso", que fornece um relato detalhado da guerra entre Atenas e Esparta, além de ser a maior fonte de informação sobre a história política e militar da Grécia antiga, e ainda hoje amplamente estudada.


Outro historiador da Grécia antiga é Políbio, que viveu no século II aEC, conhecido por sua obra "As Histórias", que guarnece aos pesquisadores atuais um relato detalhado da ascensão da República Romana e sua expansão pelo mundo mediterrâneo. A obra de Políbio é largamente usada e aceita com a fonte de informação sobre a história política e militar do mundo antigo, o que é coerente aos textos de Tucídides.


Por último, mas não menos importante, da Roma antiga, temos Lívio, que viveu no século I aEC e no século I dEC (depois da Era Comum), e é largamente conhecido por sua obra "A História de Roma", que garante um dos relatos mais detalhados da história de Roma desde sua fundação até o aparente apogeu e fim que enxergava já durante seu tempo: o fim da República. A obra de Tito Lívio concreta a história política, social e cultural da Roma antiga tal como era o cimento romano, sobrevivênte por mais de dois mil anos, ou seja, organiza os textos de forma coerente e coesa dando assim fruto ao que é ainda hoje amplamente estudado em faculdades pelo mundo.


Os exemplos anteriores apenas servem como balizador dos feitos de distintos relatadores da história que os cercavam, que o fizeram de forma metódica e organizada, fechando lacunas do raciocínio lógico e deixando claro a exímia capacidade de cada um em seguir uma metodologia que fosse no mínimo coerente na formatação e ordem dos fatos. Mostrando assim como um método poderia evoluir para criar o que de fato ocorreu em determinado momento da história humana e não apenas dependendo de tradições orais para passar os fatos para as gerações vindouras.


Sim, o método científico envolve o teste e a replicação dos resultados, e isso é importante na pesquisa da história antiga, pois assim permite múltiplas perspectivas e interpretações das evidências, e isso faz toda a diferença: fontes e provas, evidências e interpretações. Usando o método científico, historiadores e arqueólogos são capazes de juntar os fragmentos da história deixados pelos autores antigos e resolver o quebra-cabeça de como era a antiga linha do tempo da história que foi vivida e vivemos hoje.



Fontes:

O'Brien, Michael J. (2016). The Scientific Method in Archaeology: A Guide for Students and Researchers. Routledge.


McCleery, Rachel M. and Talalay, Lauren E. (2019). Applying the Scientific Method to the Study of Ancient History: An Overview. Journal of Ancient History and Archaeology, 5(2), pp. 83-94.


Athanasiou, Maria G. and Pappas, Maria T. (2020). The Role of Evidence-Based Research in the Study of Ancient History. Journal of Historical Research, 23(3), pp. 175-189.


Manetho (3rd century BCE). Aegyptiaca.


Herodotus (5th century BCE). The Histories.


Thucydides (5th century BCE). The History of the Peloponnesian War.


Polybius (2nd century BCE). The Histories.


Livy (1st century BCE and 1st century CE). The History of Rome.


Por Maik Bárbara

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